Cada vez mais no Brasil estão usando a bike, seja para trabalhar, treinar ou se divertir no fim de semana. Mas será que estão bem orientados em termos de segurança? Como sair pedalando com segurança pela sua cidade?
Quem me conhece desde a infância e lê o titulo deste post, deve pensar: “Você Ricardo? Pedalando com segurança? Quem te viu e quem te vê!!” Explico: Quando éramos criança e pedalávamos nas ruas do bairro, tudo era muito mais simples.
Havia menos carros, menos pessoas, menos stress. Pedalávamos sem camiseta, de sandálias, às vezes descalço mesmo. Não usávamos óculos de proteção, muito menos capacete. Por outro lado os acidentes ocorriam igual aos de hoje: falta de equipamentos, falta de atenção ao pedalar, fazendo alguma “peripécia” e por aí vai.
Só que agora existem muito mais bicicletas, muito mais carros, muito mais stress e egoísmo na disputa pela via publica, sem falar nos aparelhos de tocar musicas, que nos tiram um dos sensores de defesa (a audição) e pior, vejo as pessoas usando cada vez mais, com os dois ouvidos tampados (poderia usar um só, pelo menos) e com fones gigantes que bloqueiam qualquer ruído que venha de fora.
Venhamos e convenhamos que é uma delicia pedalar ouvindo suas musicas prediletas, porém é um perigo enorme não ouvir uma possível buzinada de alguém que te viu e está preocupado que você não o tenha visto/ouvido. Entre evitar colocar minha vida em perigo e ouvir a musica que eu gosto, opto pela primeira opção.
Antigamente pedalávamos livremente, indo de um bairro ao outro, sem muita preocupação. Lembro que pedalava até o Pico do Jaraguá e ainda subia (são 5km do pé ao cume com inclinação final de 17%), era cruel porém maravilhoso. Fiquei sabendo que um ciclista morreu lá, uma vez, caiu lá de cima, sem freios. Tá vendo? Tinha acidentes também.
Hoje em dia com a quantidade enorme de carros ao nosso redor, somos obrigados a pedalar pelas calçadas, quando a avenida é muito movimentada e pelas ciclovias (que são pouquíssimas). Quem se aventura no meio dos carros pode levar um tombo ou pior, ser atropelado.
Temos como dividir os ciclistas em 3 turmas, cada qual com suas peculiaridades.
1 – Turma do lazer
Os mais felizes e inexperientes ciclistas de todos. Só pegam a “magrela” aos finais de semanas. Lotam os parques e ciclo faixas e pedalam sem nenhuma noção de “mão e contramão”, fazem zigue-zagues e colocam todos em risco, inclusive a si próprios.
Não usam capacete, nem óculos de proteção (caso um inseto ou pedra decida bater nos seus olhos, além de proteger do vento), nem luvas (evitam escorregar da manopla quando está com as mãos suadas), também não passam protetor solar (é que enquanto você pedala já toma um “Bronze”…).
Suas bicicletas geralmente não são apropriadas para o seu tamanho e peso, não estão com a regulagem (altura do banco e guidão) ajustada corretamente. Isso quando a bike não é dele, emprestada por outro para um “rolê”. Sem contar a falta de manutenção da coitada.
2 – Turma do treinamento
São ciclistas que tem um pouco mais de preocupação que o grupo anterior. Já andam de capacete, óculos e luvas. Suas bikes são do tamanho ideal, muitas ajustadas num Bike Fit (método de personalizar o tamanho da bike individualmente, modificando alturas e distâncias de mesas, guidão e banco), isso evita muito as lesões pelo esforço repetitivo.
Andam na maioria das vezes em grupo e levam peças de reposição (câmeras, elo de corrente e chaves para regulagem) se forem moradoras da cidade de São Paulo pedalam em estradas, na USP e na Ciclovia da Marginal Pinheiros.
Um problema que pode ser evitado neste grupo é, quando estão pedalando no vácuo (muito perto um do outro), deveriam tomar o devido cuidado, observando os da frente, ficando com a mão no freio e não muito próximo. Já vi acidentes feios porque o da frente caiu e os outros não conseguiram desviar, caindo junto.
3 – Ciclistas trabalhadores
São as pessoas que utilizam a bike como meio de transporte. Usam capacete e às vezes óculos de proteção. Seus trajes usualmente já são os de trabalho. É esse grupo que tem crescido mais, em decorrência do nosso transito caótico. Algumas empresas estão investindo em vestiários com banheiros anexo ao bicicletário.
Neste grupo vemos as bicicletas elétricas, que você só precisa pedalar um pouco e o resto vai na inércia. Assim não transpiram muito. Esses ciclistas estão por toda a parte, menos nas estradas.
Dicas para sair pedalando com segurança
-Sua vida vale mais que qualquer coisa;
-Não dispute espaço com motoristas, taxistas e caminhoneiros. Lembre-se de quantos motociclistas/motoqueiros/motoboys já morreram por tentar. É um processo lento de adaptação. Não façamos parte da estatística de mortalidade;
-Pedale sempre equipado;
-Não utilize aparelhos sonoros enquanto pedala;
-Esteja atento 100% do tempo;
-Comece com trajetos menores;
-Sempre que possível pedale em grupo;
-Cuidado com as crianças, inclusive na ciclo faixa de lazer, elas estão aprendendo a não poluir nossa cidade no futuro;
-Alimente-se corretamente e hidrate-se durante o percurso;
-Se for para a estrada, mais cuidado ainda, lembre-se da velocidade dos veículos nesta via;
-Revise sua bike periodicamente;
-Para adquirir força e condicionamento faça aulas indoor. Ajudam muito quando aparecerem as subidas no percurso.
Os tombos ocorrerão, esteja preparado (a). O veículo urbano do futuro já foi inventado. Chama-se Bicicleta!
Saudações e bom pedal.
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